segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Mercado de frutas

Blog de viagem – Nepal – Kathmandu

Fomos num Mercado Público, na verdade estavamos andando na rua e acabamos por encontra-lo e resolvemos dar uma olhadela. É, como tudo é no Nepal, um lugar desolador, improvisado e até mais ou menos organizado. Alguns vendem seus produtos dentro do mercado e outros lá fora (estes, suponho que sejam piratas, não autorizados, mas estão por ali por falta de outra oportunidade de trabalho).

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Vendedoras de frutas e verduras. Observem o sari verde-limão da senhora.

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Vendedoras no patio do Mercado Publico, Kathmandu, Nepal.

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Vendedores de banana em Kathmandu, Nepal. Solange lá atras…DSC02137-Nepal

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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Vôo sobre o Himalaya– O Everest

Voo sobre o Himalaya e Everest

Quando saimos do Brasil, pesquisamos se havia algum vôo panorâmico sobre a Cordilheira do Himalaia. Já que um trekking até o Everest é muito caro, e temos pouco tempo de férias; ficamos com vôo. Pensei em alugar um carro ou mesmo ir de ônibus de Kathmandu até ao sopé do Everest, não é longe, mas nossa estada no Nepal é bastante curta. Descobrimos que existem vários vôos panorâmicos saindo de Kathmandu. Também descobrimos que não adianta reservar e pagar antes pela internet, por que pode não haver teto no dia da reserva feita e nem nos dias seguintes; daí voce vai embora sem voar e perde a grana.
Tão logo que chegamos, falamos com o guia para providenciar a reserva do vôo, por que temiamos por não haver vagas. Ele disse que deviamos fazer o vôo o mais breve possível, pois o tempo poderia fechar.  Antes, perguntamos se havia vôos de helicoptero, e ele nos informou que existem esses vôos, mas custam 900 dólares per capita, 1800 o casal; desistimos, de avião é mais seguro…
    Fomos a uma agencia de turismo que faz vôo sobre o Himalaia, pagamos 190 USD per capita. Isso equivale a 16.400 rúpias nepalesas, uma fábula aqui.  Achei caro, para os padrões nepaleses, mas o avião foi pago em dólares americanos, e a gasolina é importada e a aeromoça deve ser bonita.
A moça da agencia informou que o vôo circundava o Everest. Solicitei a ela então assentos nas janelas que ficam ao lado da montanha. Isto é se o avião circundasse o Everest no sentido horário, eu ficaria no assento ao lado direito. Ela deu um sorriso amarelo, tinha mentido para mim. Disse que não ia circundar o Everest e sim passar ao lado, e que o Everest estaria a esquerda do avião na ida e a direita na volta. 
    No dia seguinte fomos ao aeroporto, que era um bem pequeno, de voos regionais.


A empresa aérea se chamava Guna. O avião era pequeno e bem velhinho. Monomotor, de um só ventilador. Arno, comprado nas Casas Bahia.  Se não caiu até hoje, não vai ser hoje, pensei. 
Com 16 lugares, o avião por fora parecia um charuto, e por dentro lembrava uma manilha gigante.
Decolamos, a expectativa era grande, afinal desde criança a gente aprende que o maioral é o Everest, etc. O vôo é inegavelmente lindo, tem uma aura de aventura, etc, mas são dois os problemas : o avião sobrevoa muito acima da cordilheira, e muito longe dela, de forma que vimos tudo lá de cima, tudo muito pequenininho. Eu esperava visões espetaculares, tipo Discovery em HD, com voôs ao lado do Everest, com avistamentos de abismos, trilhas, montanhas de neve, etc. Fiquei um pouco decepcionado, esperava mais. Mas, somando e subtraindo, dividindo e multiplicando, chega-se a um saldo positivo, valeu a pena. Afinal, ir até ao Nepal e não ver o Everest é vacilo.



Os passageiros se revezavam para ver a cordilheira de frente, na cabine dos pilotos.


nn

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Açougue nepales

 

Das curiosidades da India e Nepal, a que mais salta aos olhos é o modo que eles vendem carne. Na India, vimos pouca carne à venda, por ser um país muito veggie, e também por que a carne é muito cara. Na India, as vacas e bois são sagrados e o porco é um animal considerado impuro, por isso não há muito consumo de carne.

No Nepal (e na India), os açougues são coisas que causam estranheza, a carne é vendida sem controle sanitário nenhum, sem qualquer tipo de cuidado. Eu já vi situação semelhante no nordeste do Brasil, mas isso foi há muito tempo atrás. DSC02348-Nepal

Rapaz trabalhando com carne, e um cachorro fica a espera de alguma sobra.

A falta de refrigeração tem lá sua justificativa, afinal tanto Nepal quanto India não tem energia eletrica farta e barata. Nestes paises os blecautes são frequentes, todos os dias, e várias vezes ao dia. Se os ecologistas não deixarem sair a Belo Monte, corremos o risco de ficar na mesma situação.

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Mulher vende carne de cabrito. Atrás da porta, sem querer, captei uma mão que parece postada em oração.

A impressão que se tem é que a produção e comércio de carne no Nepal é uma atividade artesanal, informal. A mulher da foto acima, por exemplo, parece que vende carne de cabrito em frente a sua casa, e posso jurar que foi ela que criou e abateu o animal.

DSC02351-Nepal-cropPorco a venda. Atras, carnes ao sol. Ao fundo, frangos.

DSC02350-Nepal-crop1Frangos gordos a venda, e ao sol.

DSC02432-NepalMulher vende carne de frango, numa avenida movimentada de Kathmandu. A água do balde deve ser para dar uma lavadinha no frango, antes de entrega-lo ao cliente. O chão está bem molhado, ela vendeu bem hoje.

DSC02428-NepalSolange em frente a um expositor de carne de cabrito. Lá atrás, Coca-Cola, isso voce acha em todos os confins do mundo.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Durbar Square

A principal atração de Kathmandu é a Durbar Square. É a praça central da cidade, um complexo religioso hindu, cheio de templos, museus, lojas e restaurantes.

Infelizmente, nossa passagem pela praça foi bem rápida; na verdade nossa estada em Kathmandu é que foi curta. Pena que não pudemos explorar bem o local. Nosso guia disse que deviamos voltar ao Nepal, para conhecer melhor Kath e também para fazer trekking.

Procurei um sadhu, que costumam frequentar a Durbar Square, mas não vi nenhum. Sadhus são bichos-grilos, que largaram tudo, absteram-se dos bens materiais e da vida mundana, para dedicar-se exclusivamente à religião, à espiritualidade. Eles vivem de esmolas, mas eu acho que muitos deles são Sadhus paraguaios, são falsos.

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Sadhu, foto – autoria : Naresh Dhiman – fonte : Wikipedia

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Maju Deval Temple, Durbar Square, Kathmandu.

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National Art Museum – entrada – Durbar Square

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Jagannath Temple, ao fundo. Atras, um monumento que não consegui identificar. Lá atras é um monasterio, Kumari Bahal.

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Durbar Square

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Durbar Square

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Durbar Square

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Trailokya Mohan Narayan Temple, templo dedicado a Vishnu, construido no século XVII.

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Templos, proximo a Durbar Square; a direita, uma vaquinha sagrada descança.

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Entrada do Kumari Bahal, um monastério. A displicência, o desleixo  sobre o patrimônio histórico é tão grande aqui, que as esculturas seculares da entrada servem de banco ! Na foto, vê se ainda algumas janelas em madeira esculpida.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Arte nepalesa–escultura em madeira

Os Nepaleses eram famosos por gostarem de esculpir em madeira, algumas casas na Durbar ainda tem janelas esculpidas, que viraram atração turisticas.

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Janela do Pavão, exemplo da escultura nepalesa em madeira.

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Casas com janelas esculpidas em madeira, proximo a Durbar Square.

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Janela esculpida em madeira, com detalhes eróticos (ou pornôs ?)

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Janela com detalhe erótico. A mulher estava no banheiro lavando o cabelo, quando de repente…

DSC02312-NepalSolange em frente a uma porta esculpida em madeira.

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Arte nepalesa – esculturas em madeira, em uma loja de artesanatos. A direita, algumas esculturas eróticas.

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Entrada de uma casa, e sotão, em uma esquina em Kathmandu; toda esculpida em madeira. Infelizmente, por falta de recursos, estes locais estão mal estado de conservação.

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Janelas esculpidas em madeira

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Swayambhunath

 

Swayambhunath é um complexo sagrado, um de centro de peregrinação budista. É um dos mais antigos da religião budista, construído há 1500 anos . O local é também conhecido como “Templo dos Macacos”, há alguns macacos que habitam o local. Porem quando eu disse esse nome (“Monkey´s Temple”) ao nosso guia budista ele não gostou muito. Obvio, chamar um local tão respeitoso e sagrado de “Templo dos Macacos” não deixa de ser uma ofensa, mesmo sendo os macacos locais considerados sagrados. Mas, vários sites de turismo insistem em chamar o local de “Templo dos Macacos”, ainda não caiu a ficha de todos.

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Macaco sagrado, em Swayambhunath

O local é situado no alto de uma montanha, dali se tem uma visão panorâmica de Kathmandu. Os veículos estacionam pouco abaixo do local, e os visitantes seguem a pé, subindo uma escada.

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Escada de acesso ao local.

O elemento principal do local é uma estupa (em inglês stupa), fica bem no cume da montanha (claro...). Estupa é uma estrutura budista sagrada, que induz o visitante à iluminação, a meditação. É um local de oração, de adoração. Algumas estupas servem também de relicário (local aonde se guarda objetos sagrados, tais como estátuas, oratórios, etc); outras servem como deposito de cinzas de cremação, etc. Há várias estupas, de vários tamanhos em toda a India e Nepal; a maioria delas está em local público, em praças, nas ruas, etc.  Cada parte de uma estupa representa um elemento do Universo. A base da estupa é a terra, a água é representada pelo hemisfério, há ainda representação do fogo, do ar e do vento. É preciso de um tratado de 30 páginas para explicar o significado de uma estupa, vou parar por aqui, quem tiver interesse maior pode pesquisar na internet, sob o risco de virar budista.

Swayambhunath é uma das mais importante e mais conhecida de todas. Ao redor dela, há vários outros elementos budistas. A estupa de Swayambhunath foi reformada recentemente (em 2010), por uma comunidade budista da California.

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A grande estupa de Swayambhunath.

Os olhos da estupa são os de Buda. São dois olhos em cada lado do quadrado, de forma que Buda tem a visão 360 graus.

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Ao fundo, a grande estupa; ao lado direito da estupa está o templo de Harati, deusa protetora das crianças.

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Mulher vendendo “velas” em Swayambhunath; o curioso é que ela vende já acesa.

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Eu displicentemente brincando com os “player wheels"” sagrados, em Swayambhunath.

    Há um conjunto de “rodas de oração” (essa é a tradução mais fiel que bolei…) em Swayambhunath. Cada rolinho giratório tem uma mantra (oração budista) inscrita em sua superficie. Ao girar o rolinho, é como voce estivesse recitando essa mantra. Atenção : voce deve girar no sentido horário, que é o sentido em que está escrito a mantra. Ao girar no sentido anti-horário, voce está recitando a mantra de trás para frente ! Não pague mico…

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Mirante em Swayambhunath; Kathmandu lá embaixo…

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Solange ao lado de uma pequena estupa, no centro de Kathmandu.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Tour rural


Tour rural from Kathmandu, Nepal

Tendo uma tarde livre, com dispensa do nosso guia Kamal e o motorista, perguntei ao guia se ele poderia nos sugerir um tour para fora do Kathmandu, pois queríamos conhecer um pouco do interior do país. É claro, os guias sempre tem este tipo de serviço extra-pacote, que é para eles um “bico”, um dinheirinho extra muito bem vindo. Eu acho que o que eles ganham nesses serviços extras é um valor maior que o salário.


Nosso guia Kamal e Solange, e o “nosso” carro. Motorista não quis sair na foto, acho que ele respeitou a hierarquia, a casta do guia, não sei ao certo o motivo. 

O guia nos propôs a levar a uma vila chamada Nagarkot, a 40 km. de Kathmandu, passando por Bhaktapur, um outro vilarejo. É uma viagem curta, terminando num hotel famoso, o Club Himalaya Hotel. 

As 13:00 saimos de Khatmandu por um rodovia asfaltada, larga e moderna. O guia nos explica que é uma rodovia feita e paga pelo povo do Japão, “...um presente daquele país”, explica comovido. Não sei bem os motivos, mas como nenhum almoço é de graça, deve haver interesses econômicos nessa história; por exemplo, facilidades para entrada de produtos made in Japan no Nepal (isenções de taxas de importação). 

Pouco depois, o carro entra numa estrada rural, muito bem conservada, mas bem estreita. Peço para o motorista não se apressar, para podermos apreciar bem a pequena viagem. A zona rural é muito linda, bastante montanhosa. As terras são muito férteis, e muito densamente povoada. Há muitas casas espalhadas, muita gente; acho que é devido a proximidade da capital.



Vimos vários restaurantes pela estrada, todos às moscas; quase todos bem toscos. Kamal diz que muitos residentes de Kathmandu vem almoçar nesta região, não acreditei muito. Acho que esses restaurantes abrem a cozinha e espantam as moscas quando chega um cliente, e que é servido prato único e feito na hora. Tipo, voce chega pede fritas, e o dono do resturante vai correndo ao mercado comprar batatas.
 
Passam por nós um grupo de motoqueiros, jovens mal saídos da adolescência, com garotas na garupa, em grande velocidade e de uma forma extremamente imprudente. Todos usando óculos de sol, e sem capacete. Kamal diz que são “filhinhos de papai”, de Kathmandu. É a falta de outras opções de lazer, do que fazer, e também falta de Quartzolit (massa cinzenta) na cabeça. Essas coisas também se vê no Brasil, mas aqui pelo menos usam capacete.

Deparamos com alguns ônibus lotados, com gente viajando no teto. Tiro uma fotos rápidas, de dentro do carro, ângulo e condições ruins. Disse ao Kamal que isso no Brasil seria um absurdo, gente viajando no teto, que ia ser um escândalo, etc., mas disse também que cada país se vira como pode, com os recursos que tem. Ele ri, e diz que não há nada errado nisso, e que é divertido e fresquinho andar no teto do ônibus.



    
Ônibus lotado em Nepal. Foto from Flickr. 


Paramos para fotografar algumas paisagens e cenas. Achamos muito interessante a agricultura desse país, sempre feita em platôs (pequenos degraus de terreno, feito de cortes em montanhas).


A certa altura, o guia nos propõe a passear por um vilarejo. Estacionamos e saímos andando a pé, num passeio de mais ou menos 3 horas. 



Avistamos um grupo de crianças brincando num balanço engenhoso, feito de um tripé de bambu. Quando criança, não tive esse folguedo, por que não havia nenhuma uma árvore alta para fazer isso. Ora, a solução nepalesa é bem simples, dispensa árvore. De cócoras,o menino aborrecido espera sua vez… Gostei muito desta foto.

Casa rural típica no Nepal


Kamal nos mostra algumas casa em estilo antigo, tipicas da zona rural (esqueça a parabólica…). São geralmente em dois pavimentos, por que o térreo era reservado para abrigar os animais de criação a noite (búfalas, cabras, galinhas, etc). Muitas casas tinham a cozinha ao lado do abrigo de animais,  o cheirinho na cozinha não era dos melhores.








Um grupo de mulheres bem vestidas passa por nós, estão bem trajadas, e Kamal diz que elas estão indo a uma festa de casamento.



Os nepaleses gostam muito de criar animais, mas não tem muita compaixão deles. Galinhas são criadas dentro desses cestos de vime. 

Encontramos essa menina sherpa tomando sol com um bebe, provavelmente seu irmão mais novo. Solange ao lado…

Homem fazendo cerca de vime, provavelmente para cercar uma horta ou um curral de animais. Por que ladrão  por aqui, se entra numa casa, só leva susto.




Várias casas usam o telhado da varanda para fazer carne de sol, em espetos. Eu acho que não há gatos no Nepal, eu não vi nenhum. Se existem gatos, a carne não estaria aí no telhado.